In the popular imagination, the meaning
of the word 'technique' is associated with rigid, pre-set procedures, with
known objectives, near to a scientific understanding, which would require
objectivity, impartiality, accuracy and reproducibility. Looking from this
angle, the meaning of 'technique' is detached from its Poetics Dimension.
Reinstate the Poetics Dimension to
the sense of the word 'technique' is important to me because it lowers the
mystery around the ability to make art, to choreograph, or to create, even if
the creation belongs to a repertoire of movements for non-artistic purposes.
Every creative act is linked to ways of doing, it generates a 'modus operandi',
it creates paths that can be learned. It's the result of study, research and
work. It's technical development.
The creative process of movement is done through
the poetic demands, generating questions, from which bodily responses (techniques)
are built. They produce what we see as an artistic result. These techniques are
the result of non-predictable poetic demand and non-existent prior to the
creative process experience. The path is built with the walk itself. In such
cases, it is evident the technical-poetic, art-technical indissociation. It's
like playing. On or off stage, with private or public applications, in any
case: playing is necessary!
No senso comum, o sentido da palavra técnica é associado a procedimentos rígidos, pré-estabelecidos, com objetivos conhecidos, com significado próximo de um entendimento cientificista, que pressupõe objetividade, imparcialidade, exatidão e replicabilidade. Olhando por esse prisma, o sentido de 'técnica' está desprovido da sua Dimensão Poética.
Reintegrar a Dimensão Poética ao sentido da palavra técnica é importante para mim, porque diminui o mistério sobre a capacidade de fazer arte, de coreografar, ou de criar, mesmo que a criação seja de um repertório de movimentos para finalidades não-artísticas. Todo ato criativo está vinculado a maneiras de fazer, gera 'modus operandi', cria caminhos que podem ser aprendidos. É fruto de estudo, pesquisa e trabalho. É desenvolvimento técnico.
O processo criativo no movimento é feito através das demandas poéticas, que geram perguntas, a partir das quais são construídas respostas corporais (técnicas), que produzem o que vemos como resultado artístico. Essas técnicas são fruto da demanda poética não-previsíveis e não-existentes antes da vivência do processo criativo. O caminho se constrói com o próprio caminhar. Nesses casos, fica evidente a indissociação técnica-poética, arte-técnica. É como brincar. Em cena ou fora dela, com aplicações íntimas ou públicas, em qualquer hipótese: brincar é preciso!